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20-01-2005 :: 2005 começou com a maior destruição de CDs

20 de Janeiro de 2005 – Uma megaoperação contra a pirataria foi realizada no estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, no primeiro dia 20 do ano. Autoridades e instituições privadas estiveram presentes no estádio para a destruição de mais de 1 milhão de produtos falsificados – CDs, DVDs e fitas VHS – oriundos de apreensões feitas pela Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, de 2001 até 2004. O material foi avaliado em R$ 15 milhões pela Secretaria de Segurança Pública do Rio e após a inutilização, os CDs foram reciclados pela empresa Plasnói Comércio de Plásticos e Indústria, responsável por repassar o valor do material reaproveitado a instituições de caridade. O evento foi promovido pelo representante da CPI da Pirataria, o Deputado Júlio Lopes, com apoio da APDIF (Associação Protetora dos Direitos Intelectuais Fonográficos), do Ministério da Justiça, da Secretaria de Segurança Pública do Rio, da Polícia Civil e Militar e da Interpol.

 

No centro do gramado do Maracanã uma frase com letras enormes, feitas com CDs, dizia: “PIRATARIA NÃO”. Por ter visibilidade mundial, o estádio foi considerado o local ideal para a destruição que contou com 800 mil unidades falsificadas de material fonográfico, 100 mil de software e 100 mil de vídeo. “O ato simbólico representa a vontade de combater esse crime. Temos que atuar nas fronteiras, nas cidades e atacar a estrutura de quem produz e distribui essas mercadorias”, disse o secretário de Segurança Pública do Estado, Marcelo Itagiba.

 

De acordo com a APBD (Associação Brasileira de Produtores de Disco), a participação da pirataria musical de CDs no mercado fonográfico do país passou de 3%, em 1997, para 52%, em 2003, movimentando cerca US$ 137 milhões, com a venda de 74 milhões de unidades falsificadas. Só no ano passado, de acordo com a APDIF (Associação Protetora dos Direitos Intelectuais Fonográficos), foram apreendidos 17,5 milhões de CDs piratas no país, entre gravados e virgens. São Paulo lidera o ranking, com 12,3 milhões de unidades, seguido pelo Paraná, com 3,3 milhões, e Rio de Janeiro, com 594 mil. As ações resultaram ainda na apreensão de 8.238 drives de gravação e na prisão de 149 pessoas. Segundo o diretor geral da ABPD, Paulo Rosa, para as gravadoras, a perda vai de 600 a 700 milhões de reais por ano.

 

A cantora Alcione, que participou da cerimônia, se considera uma vítima da pirataria e diz que é preciso apelar ao público nos shows. “A participação do povo é muito importante. Ele tem que pensar que CD pirata está desempregando muita gente. No ano passado, eu deveria ter vendido 800 mil CDs, mas só vendi 300 mil”, contou ela.

Segundo dados da ABPD, a pirataria reduziu pela metade os postos de trabalho no segmento musical desde 1997 e o quadro de artistas contratados pelas gravadoras nos últimos cinco anos também se retraiu em 50%. As falsificações aparecem como causa também para a redução de mais de 27% de lançamentos de produtos de artistas nacionais em 2003.

 

Para o oficial responsável pela Unidade de Crimes contra a Propriedade Intelectual da Interpol, John Newton, o Brasil é peça-chave para o combate à pirataria na América do Sul. Newton elogiou o trabalho que o governo brasileiro desenvolve contra o crime da falsificação, e afirmou que o Brasil está se consolidando como liderança neste segmento.


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